PUMA
Nascida de uma briga de irmãos, a PUMA literalmente brotou da costela da Adidas. As duas sedes ficam na mesma cidade, na mesma rua, uma quase em frente à outra. Porém as semelhanças param por aí. A marca une elegantemente moda, tecnologia e influências do esporte como poucas. Essa evolução pode ser notada nos calçados, bolsas e roupas dos modernos que passaram a usar mais os produtos da marca esportiva tornando-se um ícone e objeto de desejo no mundo fashion. Suas “coleções” são atreladas a movimentos culturais, à voz das ruas, a ondas como o hip-hop e o funk. Atualmente a marca do felino é admirada por adultos, crianças e idolatrada por adolescentes moderninhos. Atores de Hollywood admitem serem fãs da marca alemã. Até a cantora Madonna já apareceu usando PUMA, sem nada receber por isso.
A história
Tudo começou em 1948 na pequena cidade alemã de Herzogenaurach, encravada no coração da Francônia, depois que Rudolf Dassler brigou com seu irmão, Adi, que pouco depois fundaria a Adidas, e resolveu encerrar a sociedade em uma pequena fábrica de calçados esportivos que operava desde 1924 e fundar no dia 1 de outubro a Ruma Schuhfabrik Rudolf Dassler (Rudolf Dassler Shoe Factory), uma empresa para produção de artigos esportivos, então com apenas 30 funcionários. A recém-criada marca, que logo assumiu o nome PUMA, lançou no mercado a chuteira ATOM, iniciando assim um relacionamento duradouro com o futebol. Dois anos mais tarde a PUMA já exportava seus produtos para os Estados Unidos. Na década de 1950 a marca conseguiu enormes feitos, como por exemplo, quando na primeira Copa do Mundo organizada após a Segunda Guerra Mundial parte dos jogadores da seleção alemã usaram calçados da PUMA; em 1952 quando o atleta Joseph Barthel de Luxemburgo ganhou a primeira medalha olímpica em Helsinki vestindo equipamento PUMA; e dois anos depois, em Yokohama no Japão, quando Heinz Fütterer estabeleceu novo recorde mundial para os 100 metros utilizando tênis da marca alemã. Estes feitos consolidaram a marca PUMA no segmento do atletismo. Em 1958, mesmo ano em que surgiram as tradicionais listras em forma de onda, abundantemente utilizadas em suas chuteiras e calçados, e que se tornariam um dos símbolos da PUMA, as seleções de Brasil e Suécia vestiam a marca na disputa da Copa do Mundo de Futebol. Era a prova do sucesso. No ano seguinte a empresa passou a se chamar oficialmente PUMA-Sportschuhfabriken Rudolf Dassler KG.
Na década de 1960 tornou-se a primeira marca esportiva a utilizar a técnica de vulcanização na produção de calçados. Isto resultou em um novo processo para fabricar chuteiras, o qual unia o solado às travas de uma maneira mais eficiente e durável. O processo tornou o produto tão bom que aproximadamente 80% das outras fábricas adotaram o processo criado pela empresa. Com um ritmo de crescimento acelerado e destacando-se no mundo dos esportes, em 1962 a PUMA já exportava seus produtos para aproximadamente 100 países em todos os continentes. As chuteiras da marca conseguiram grande reconhecimento durante a Copa do Mundo de 1962, realizada no Chile, e 1970, no México, quando o Brasil foi campeão. Pelé foi eleito melhor jogador da competição e usava chuteiras da marca alemã para fazer jogadas e gols que encantaram o mundo. Em 1974 com a morte de Rudi seus filhos, Armin e Gerd, assumiram o comando da empresa.
Outro feito de grande reconhecimento para a marca aconteceu em 1976 quando o tenista argentino Guillermo Villas conquistou os torneios US Open e Rolland Garros vestindo tênis PUMA. Ou ainda quando em 1982, Diego Maradona, disputou sua primeira Copa do Mundo utilizando chuteiras da marca, especialmente desenhadas para ele. Isto sem falar, que três anos depois, o tenista alemão Boris Becker venceu o torneio de Wimbledon usando uma raquete da marca PUMA. Ainda neste ano ingressou na NBA tendo nomes como Isiah Thomas e Buck Williams como atletas patrocinados que endossavam seus produtos e arrastavam uma multidão de jovens para se tornarem fãs da marca.
Apesar de tudo isso, no início dos anos de 1990, a marca PUMA não possuía mais nenhuma relevância dentro ou fora da Alemanha. Encontrava-se à beira da falência e seus produtos eram vendidos em grandes liquidações de redes populares. “A marca está totalmente fora”. “Calçados e blusinhas estão sendo vendidas a preço de banana nas lojas”. “Puma novamente no vermelho”.“Três presidentes foram despachados em três anos”. “A concorrência americana ganha força e quer tirar a marca das prateleiras, inclusive na Alemanha”. Foram com estas frases e manchetes que o jornal Die Zeit definiu a situação em que a empresa se encontrava no final de 1992, quando atravessava sua pior crise. Até que em 1993, Jochen Zeitz, um jovem de 30 anos egresso da área de marketing, assumiu o comando da empresa. A marca alemã estava no vermelho havia sete anos. Naquele momento, as dívidas já somavam mais de US$ 100 milhões. O jovem executivo cortou despesas e pessoal, fechou fábricas na Alemanha, terceirizou a produção para empresas na Ásia, negociou com os credores e, já no ano seguinte, conseguiu trazer a empresa de volta ao lucro.
Em 1996, a Monarchy Regency, uma das maiores distribuidoras e produtoras de filmes de Hollywood na época, já havia adquirido 12% da empresa alemã. A associação foi fundamental. Permitiu que a PUMA conseguisse inserções de seus produtos em roteiros de filmes como “Uma Linda Mulher” e “JFK”, além de seriados americanos de sucesso como “Friends” e “Will and Grace”. A resposta foi imediata. Em 1998 a PUMA se uniu à americana LogoAthletic, uma fabricante de roupas de esporte e fornecedora de uniformes para a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL). A partir deste momento, a PUMA passou a fornecer uniformes não somente para nove times de basquete da liga profissional americana (NBA), mas também para 13 equipes da NFL, tornando-se uma das quatro empresas que equipavam os times. Após arrumar as finanças, o executivo deu início a uma nova e decisiva etapa: reposicionamento da marca no mercado. Era o início do inédito “casamento” entre a moda e o esporte, criando uma imagem de grife de estilo de vida (lifestyle). Ele direcionou quase 70% dos lucros para as áreas de marketing, pesquisa e desenvolvimento. Com produtos de design mais arrojado em mãos, publicou anúncios em revistas de moda como a badalada Vogue e firmou parceria com a estilista alemã Jil Sander e a supermodelo americana Christy Turlington, que lançou uma coleção de roupas para a prática de ioga com o seu nome. Além disso, ofereceu submarcas alusivas a diversos esportes e atividades: Pumaville, Puma Football, Puma Running, Puma Cricket, Puma Baseball, Puma Motorsport.
As vendas globais passaram a crescer a um ritmo de 30% ao ano. Em 1999 inaugurou sua primeira loja própria, com o objetivo de identificar e transmitir aos consumidores o universo PUMA, na cidade de Santa Monica, estado da Califórnia. A PUMA continuou crescendo, ampliando seu mercado, as áreas de atuação e inaugurando novas lojas próprias em cidades cosmopolitas e ricas culturalmente, como Londres, Roma, Tóquio, Milão, Boston, Frankfurt, Seattle e Melbourne. Novos contratos foram firmados com atletas, equipes de diversos esportes e escuderias para o fornecimento de trajes e equipamentos. Neste momento a PUMA já se transformara em um ícone fashion, não só elevando seu faturamento, mas também fazendo de seu nome e imagem uma marca mundialmente conhecida.
O grande mérito de Jochen Zeitz foi disputar mercados nos quais nunca uma grife de equipamento esportivo havia competido, convocando estilistas de renome internacional para criar linhas premium e tornar as roupas esportivas usuais no dia a dia, associando a imagem da PUMA com eventos badalados como a Fórmula 1, o motociclismo, o golfe e, por último, regatas náuticas como a Volvo Ocean Race, onde a participação da PUMA visava reforçar a expansão em novas categorias de produtos, no caso, materiais esportivos para iatistas, assim como reforçar o reconhecimento e visibilidade da marca em todo o mundo. Especialmente para a competição a empresa desenvolveu a PUMA CITY, grande loja conceito e itinerante de três andares formada por 24 contêineres construídos na China e montado pela primeira no porto de Alicante, na Espanha, em 2009. Ao todo, a PUMA City têm pouco mais de mil metros quadrados distribuídos entre os espaços para a loja, salão principal, escritórios, um bar e um lounge, além de espaços ao ar livre.
Resumindo, Estilo de vida, moda, top models, artistas. Essa foi a receita para salvar da falência a fabricante alemã de roupas esportivas e recolocá-la entre os nomes fortes de um setor que tem Nike, Reebok e Adidas. Recentemente a PUMA, na qual o grupo francês de produtos de luxo Kering detém uma fatia de 84%, anunciou que lançará uma campanha no terceiro trimestre de 2014 sob o slogan “Forever Faster” (Sempre Mais Rápido, em tradução livre), refletindo um objetivo de ser mais veloz com produtos inovadores para performance.
A linha do tempo
1948
● Lançamento da PUMA ATOM, primeiro calçado (chuteira) especializado para a prática do futebol da marca, que fez sucesso desde o início. A chuteira foi utilizada pela seleção alemã de futebol em seu primeiro jogo pós-guerra no dia 22 de novembro de 1950 contra a Suíça.
1952
● Lançamento da PUMA SUPER ATOM, primeira chuteira do mundo com travas removíveis, desenvolvida com o auxílio de grandes especialistas, como por exemplo, Sepp Herberger.
1953
● Lançamento da chuteira PUMA BRASIL, uma evolução dos modelos anteriores, que ganhou destaque quando a equipe do Hannover 96 conquistou o título alemão de 1954 com boa parte de seus jogadores utilizando o equipamento.
1960
● Primeira marca esportiva a utilizar a avançada técnica de vulcanização em seus calçados.
1966
● Lançamento da chuteira PUMA WEMBLEY, predecessora da lendária KING.
1968
● Primeira empresa do segmento a oferecer velcro em calçados esportivos.
● Lançamento da lendária chuteira PUMA KING, que se tornou a favorita de craques como Eusébio, Pelé, Mario Kempes, Rudi Völler, Lothar Matthäus e Diego Maradona.
● Lançamento do tênis PUMA SUEDE, que possuía cabedal de camurça (“suede” em inglês) azul marinho, “formstripe” (a famosa onda símbolo da marca), sola e entressola brancos. Eles seriam imortalizados nos Jogos Olímpicos do México ao acompanhar Tommie Smith e John Carlos (atletas patrocinados pela marca) no exato momento que fizeram o gesto “Black Power”, um protesto contra a segregação racial nos Estados Unidos naquela época, enquanto ouviam o hino nacional americano no pódio (os atletas estavam descalços e deixaram seus tênis no degrau do pódio).
1970
● Lançamento do PUMA ROMA, um tênis para corrida e treinamento que se transformou em um enorme sucesso.
1971
● Lançamento do tênis PUMA PELÉ com assinatura do maior jogador de futebol de todos os tempos.
1973
● Lançamento do tênis PUMA CLYDE, que nada mais era do que uma variação do Puma Suede (na verdade tinha um toebox mais largo). O nome do tênis foi inspirado no atleta de basquete americano do New York Knicks, Walt “Clyde” Frazier, então patrocinado pela marca. Foi a primeira parceria de uma marca esportiva com um jogador de basquete para desenvolver um tênis para a prática específica do esporte.
1976
● Introdução da revolucionária tecnologia S.P.A.
1982
● Criação do sistema de solado chamado Duoflex, específico para solos naturais mais duros.
1989
● Introdução da tecnologia Trinomic, um sistema de amortecimento para absorver impactos com perfeição.
1990
● Lançamento da tecnologia para tênis infantil Inspector, um sistema que permitia acompanhar o crescimento da criança através de uma janela na meia-sola.
1991
● Lançamento da alta tecnologia PUMA DISC, um inovador sistema que proporcionava um ajuste uniforme do tênis aos pés garantindo a fixação ideal para maior estabilidade e segurança.
1996
● Lançamento da nova geração de chuteiras PITTARDS SOCCER 2000, utilizadas pela primeira vez por jogadores na Eurocopa disputada na Inglaterra.
● Apresentação da tecnologia PUMA CELL, primeira a não utilizar espuma na meia-sola do calçado.
1998
● Em parceria com a estilista Jil Sander a marca lança no mercado uma linha de calçado que misturava o estilo esportivo com o fashion.
2000
● Introdução de calçados á prova de fogo para pilotos profissionais, desenvolvido em parceria com a Porsche e a Sparco.
2002
● Lançamento da PUMA SHUDOH, uma completa linha para a prática do futebol que incluía chuteiras e bolas.
2004
● Lançamento em parceria com o renomado designer Philippe Starck de uma linha de calçados e chuteiras.
2006
● Inauguração da primeira loja conceitual Black Label em Nova York. A nova unidade vendia linhas conceituais e sofisticadas da marca, direcionadas ao segmento de luxo, que fizeram muito sucesso entre moderninhos no Meatpacking District, em Nova York. Os produtos premium, para um público seleto, tinham um design arrojado e sofisticado, inspirado nos ícones da marca em fusão com o universo da moda. A loja vendia quatro assinaturas: The Black Label, calçados sofisticados, geralmente em couro, com visual que misturava estilos modernos e retros; Rudolf Dassler, uma releitura tecnológica de acessórios e vestuário que trazia o nome do fundador da marca; Alexander McQueen, assinada pelo estilista que ousou com solas translúcidas e materiais orgânicos; e Mihara Yasuhiro, que esbanjou a preocupação ambiental e estampou Peace e Love dos pés à cabeça. No final de 2007, foi a vez de Tóquio ganhar uma loja para abrigar os produtos premium da marca. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a receber a linha completa da Black Label, importada da Itália, em 2008.
2007
● O time do Grêmio foi a primeira equipe de futebol a utilizar a nova tecnologia empregada nas roupas esportivas.
2008
● Lançamento em comemoração aos 40 anos da lendária PUMA KING de uma chuteira em edição especial que levava o ano de seu lançamento em números romanos no solado. A nova chuteira do tipo FG (Firm Ground), para uso em terrenos com superfícies naturais, como grama média e grama baixa, tinha solado com travas de borracha, para maior aderência e tração.
2009
● Lançamento da loja itinerante PUMA CITY, formada por 24 côntaineres.
2010
● Aquisição da marca de golfe Cobra Golf.
2012
● Lançamento da linha de roupas e calçados esportivos FAAS (que significa rápido, em patoá, o dialeto falado na terra de Usain Bolt). Apoiados no mote velocidade, os calçados são destinados aos praticantes corrida de rua. Em comum, eles possuem o visual em branco, azul e vermelho e um desenho de relâmpago, a marca registrada de Bolt.
2013
● Lançamento da chuteira EvoSPEED 1.2 FG, cujo design é uma combinação otimizada de luz, ajuste e flexibilidade, que maximiza o desempenho sem sacrificar a estabilidade e o conforto. A estética moderna é inspirada em músculos, tendões e carros de corrida. Equipada comspeedCELL, a chuteira tem a parte superior em microfibra ultraleve com uma película 3D transparente, para melhor aderência em condições úmidas.
Embalagens do bem
Após 21 meses testando mais de 40 protótipos, em 2010 a empresa introduziu a CLEVER LITTLE BAG, substituindo assim as tradicionais caixas de sapato por uma sacola reutilizável, e iniciando uma nova fase de seu programa de sustentabilidade. Foi estudado todo o sistema que envolvia as caixas: como dobrá-las, como transportá-las e como reduzi-las. A embalagem utiliza 65% menos papelão do que uma caixa convencional. Isto porque, A estrutura de papelão é cortada em um único pedaço de material plano, não tem impressão ou montagem adicionais, podendo ser reciclada de forma rápida e eficiente, além de permitir um empilhamento seguro. O material, totalmente reciclável exige menos trabalho, menos energia elétrica, gera menos resíduo, além de ocupar menos espaço e pesar menos, auxiliando até mesmo em seu transporte e, consequentemente, na poluição causada. E a PUMA não parou por aí. Continua melhorando a forma de embalar seus produtos, para que seja bom para o consumidor e ainda melhor para o planeta.
O marketing
Um fato marcou para sempre a história da PUMA, apresentando de vez a marca do felino para o mundo. Pelé havia sido campeão mundial em 1958 e 1962 utilizando chuteiras da marca e assinara com a PUMA um contrato de US$ 100 mil por quatro anos, além de US$ 25 mil exclusivos pelo Mundial do México e direito a 5% de royalties nas vendas dos tênis e chuteiras. Porém, um episódio colocaria a marca no mapa mundial dos esportes. O juiz belga Vital Loraux já levava o apito à boca. Preparava-se para autorizar o pontapé inicial do jogo entre Brasil e Peru, no Estádio de Jalisco, em Guadalajara, no México. Era 14 de junho de 1970. Pelé, com a autoridade de quem já era o rei do futebol, pediu um minuto. Abaixou-se, afrouxou os cadarços das chuteiras PUMA, número 39, e voltou a atá-los. Imediatamente (e inocentemente) todas as câmeras focalizaram o pé do Rei por 30 infindáveis segundos e a listra branca que na época identificava a PUMA. O retorno foi imenso, uma vez que a Copa do Mundo foi a primeira a ser transmitida ao vivo. Afinal, por infindáveis segundos a marca alemã foi vista por pelo menos 200 milhões de pessoas, ao vivo.
Depois de Pelé, viria o português Eusébio, o holandês Johan Cruijff, o argentino Diego Maradona, um dos principais atletas da marca alemã durante muitos anos, e outras estrelas do futebol como Enzo Francescoli, Lothar Matthäus, Kenny Dalglish, Didier Deschamps, Hristo Stoichkov, Rudi Völler e Paul Gascoigne. Atualmente os principais jogadores patrocinados pela marca alemã são: o camaronês o espanhol Cesc Fàbregas, o argentino Kum Agüero, o alemão Marco Reus, o polêmico italiano Mario Balotelli, o marfinense Yaya Touré, o colombiano Falcao García, além do francês Thierry Henry. A marca alemã também é patrocinadora das seleções de futebol da Itália (campeã mundial de 2006 utilizando uniformes da marca alemã), Áustria, Uruguai, Suíça, Chile, Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Senegal e Togo; além de grandes clubes, como, Newcastle United, Sporting, Botafogo, Bordeaux, Borussia Dortmund, Stuttgart, Feyenoord, Peñarol e Rangers. A PUMA assinou contrato de fornecimento de material esportivo com o Arsenal (a parceria entra em vigor apenas no início da temporada 2014/2015), que há muitos anos tinha como patrocinador a Nike. O acordo gira em torno de £30 milhões de libras por ano, em um contrato para cinco anos.
Porém, nem somente de futebol vive a PUMA. Em 1977, o argentino Guillermo Villas ganhou Roland Garros e os Abertos dos Estados Unidos e da Austrália vestindo tênis e utilizando raquete da marca alemã; e, em 1985, o alemão Boris Becker venceu o torneio de Wimbledon utilizando tênis da marca. Além disso, a tenista Martina Navratilova se tornou uma das mais importantes garotas-propaganda da marca. Desde 1998 patrocina equipes de F1. A sapatilha Future Cat, com os logotipos da Ferrari e da marca alemã, confeccionada em vermelho e branco, nos modelos cano alto e baixo, são um verdadeiro sucesso de vendas. As sapatilhas PUMA já são tradicionais nas equipes de F1. A primeira foi usada por pilotos e equipes nos anos de 1970 e início dos anos de 1980. A parceria entre Ferrari e PUMA aumentou em 2005, quando foi assinado um contrato de licenciamento para venda de material com a marca da tradicional escuderia italiana. Hoje em dia, também a Mercedes AMG Petronas tem contrato com a PUMA. Em termos de atletas, a marca alemã é campeã de exposição firmando patrocínio com ídolos como o piloto Nico Rosberg e Usain Bolt (atletismo), este último seu principal atleta no momento, que recebe anualmente, segundo fontes não oficiais, US$ 9 milhões da empresa.
Outra cena memorável que imortalizou a marca PUMA ocorreu recentemente: o jamaicano Usain Bolt se agacha, olha pra frente concentrado na linha final e dispara ao som do tiro de largada. Nove segundos e 69 centésimos depois, o atleta abre os braços e se consagra como o homem mais rápido do mundo. Antes mesmo de comemorar, saca a bandeira da Jamaica e, como se estivesse segurando um troféu, carrega suas sapatilhas douradas (com o felino saltitante estampado), uma em cada mão, e as alça para o alto. A cena, acompanhada por 1.2 bilhões de pessoas em todo o mundo, aconteceu no dia 16 de agosto de 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, e ainda traz dividendos para a empresa, que ganhou tanto quanto Bolt - dono de três medalhas de ouro nos jogos. A PUMA havia apostado no jovem atleta bem antes de ele ser conhecido, desde 1998, quando tinha apenas 12 anos. Agora, a marca alemã colhe os louros da ousadia de apostar em um atleta desconhecido e jovem.
A guerra em família
A Segunda Guerra Mundial deixou cicatrizes profundas na Alemanha. Na pequena cidade de Herzongenaurach, com pouco mais de 24.000 habitantes, localizada ao norte de Nuremberg, o legado foi uma disputa em família. Terminado o conflito a família Dassler começou a presenciar outra guerra. Os irmãos, Adi e Rudolf, romperam a sociedade que possuíam em uma pequena fábrica de calçados esportivos e foram tocar a vida separadamente. Mas porque os irmãos se separaram? Adi recusou-se a acatar as orientações do nazismo de Hitler, nos anos de 1930. Já Rudi colaborou, fez campanha política, foi à guerra e até chegou a ser julgado depois de terminado o conflito. Adi criou então a Adidas. Rudi inventou a PUMA. Um pôs seu negócio na margem esquerda do rio Aurach. O outro, na margem direita. O rio virou uma espécie de “Muro de Berlim” para os irmãos. A rivalidade cresceu chegando a ponto dos habitantes da cidade andarem olhando para o chão de modo a identificar a marca dos calçados que cada um vestia. A cidade dividiu-se em dois grupos, uns não podiam casar com outros, chegando até frequentarem restaurantes diferentes. Nem com a morte de ambos os irmãos a rivalidade e o ódio diminui. No cemitério local, os túmulos também estão afastados. Até hoje, os mais velhos lembram do que ocorreu. Em 2004, Frank, neto de Rudolf, assumiu um cargo na Adidas. “Muitos familiares meus consideraram isso uma traição”, dizia Frank. Em 2009, funcionários das duas empresas disputaram uma partida de futebol amistosa em Herzogenaurach para selar a paz entre as famílias depois de 60 anos de brigas, mas uma coisa é certa: esta história está muito longe de acabar. A guerra de uma família passou definitivamente para as esferas comerciais e esportivas.
A origem do nome
A empresa foi primeiramente batizada de Ruda, um acrônimo formado pelas duas letras iniciais do nome (Rudolf) e sobrenome (Dassler) de seu fundador. A denominação teria permanecido assim se não fosse o comentário de um amigo de Rudi. Ele disse que o termo “Ruda” soava estranho, meio sem sentido. Rudolf concordou e resolveu mudar o nome da marca para PUMA, uma palavra com som bastante parecido e que ainda tinha a vantagem de se referir ao simbólico felino nativo do continente americano.
A evolução visual
Dificilmente hoje em dia o felino saltador, tradicional logotipo e símbolo da marca alemã, não seja reconhecido em alguma parte do mundo. Em sua primeira versão o felino, com traços bem rústicos, saltava por entre a letra D que existia acima da palavra PUMA. A letra D contida no logotipo original da marca tinha uma explicação: era a inicial de Dassler, sobrenome do fundador da empresa. E foi somente em 1968 que surgiria o símbolo do felino como conhecemos nos dias de hoje, chamado “Leaping Cat”.
A identidade visual da marca pode ser aplicada de várias formas, além das tradicionais cores preta e vermelha, em verde e até mesma branca com o fundo vermelho.
Dados corporativos
● Origem: Alemanha
● Fundação: 1 de outubro de 1948
● Fundador: Rudolf Dassler
● Sede mundial: Herzogenaurach, Bavária, Alemanha
● Proprietário da marca: Kering S.A.
● Capital aberto: Sim (1986)
● Chairman: Jean-François Palus
● CEO: Björn Gulden
● Faturamento: €3.27 bilhões (2012)
● Lucro: €70.2 milhões (2012)
● Valor de mercado: €3.4 bilhões (janeiro/2014)
● Lojas: + 200
● Presença global: + 120 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Alemanha e Estados Unidos
● Funcionários: 11.000
● Segmento: Esportivo
● Principais produtos: Calçados, material esportivo, relógios, óculos, roupas e acessórios
● Ícones: O logotipo Leaping Cat e o símbolo de listras em forma de onda
● Slogan: Forever Faster.
● Website: www.puma.com
A marca no mundo
A marca está presente em mais de 120 países produzindo acessórios esportivos, relógios, roupas e perfumes, com vendas anuais de €3.2 bilhões. A marca possui ainda mais de 200 lojas próprias espalhadas pelas principais cidades cosmopolitas do mundo. A marca pertence atualmente ao conglomerado de luxo Kering (antigo PPR Group). Hoje a PUMA é uma “coolbrand” sport-fashion com lojas conceituais e modernas, design premiado e dirigida a um público disposto a pagar mais por produtos de qualidade e beleza. Os calçados representam aproximadamente 49% do faturamento da empresa, seguidos pelas roupas (35%) e acessórios (16%). Além disso, a marca fatura mais de €150 milhões com licenciamento de produtos como relógios, perfumes e óculos.
Você sabia?
● Na Copa do Mundo de 2006, em 36 dos 64 jogos realizados pelo menos uma seleção em campo vestia uniformes fornecidos pela PUMA.
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